A Krohn foi fundada em 1865 por dois jovens noruegueses, Theodor Wiese e Dankert Krohn.
Ao longo do seguinte século e meio a empresa construiu uma notável reputação graças aos seus Vinhos do Porto envelhecidos em cascos, particularmente os Colheita. A Krohn é igualmente conhecida pelos seus Vintage elegantemente constituídos, com origem na sua propriedade no vale do Rio Torto, a Quinta do Retiro Novo.
No início era uma pequena empresa, baseada na exportação de Vinho do Porto para os mercados escandinavos e para a Alemanha.
Em 1880, Theodor Wiese decidiu vender a sua quota a Dankert Krohn – a reduzida dimensão da firma não comportava dois sócios -, mas continuou a sua colaboração com a Wiese & Krohn como agente comercial na Noruega. Devido ao seu excelente trabalho, as vendas aumentaram consideravelmente e a empresa entrou numa nova fase de progresso económico.
Após a morte de Dankert Krohn em 1906 o negócio prosseguiu tendo como sócios, além da viúva e das filhas do fundador, Gomes Figueiredo e Edmund Arnsby, o primeiro um guarda-livros português e o último um gerente britânico, ambos ex-colaboradores no tempo de Dankert Krohn.
Durante este período, a Wiese & Krohn estendeu a sua actividade comercial a novos mercados, tais como França, Bélgica e Países Baixos. Gomes Figueiredo reformou-se em 1921, ano em que Edmund Arnsby adquiriu a quota da família Krohn e admitiu como novos sócios o seu irmão Frederick – um provador muito experiente vindo da Casa Croft – e Edmundo Falcão Carneiro, director de exportação português a trabalhar na firma desde 1910.
Edmund Arnsby faleceu em 1933 e o seu irmão Frederick reformou-se quatro anos depois. Esta foi a oportunidade para Edmundo Falcão Carneiro adquirir as suas quotas e assim dar início a uma Casa de Vinhos do Porto de propriedade inteiramente portuguesa.
Em 2013, The Fladgate Partnership adquiriu a empresa familiar Wiese & Krohn, acrescentando outra distinta casa de vinho do Porto ao seu portfólio de marcas de renome mundial.
Dez anos mais tarde, em 2023, a WineStone adquire a icónica marca de vinho do Porto e a singular Quinta do Retiro Novo, fortalecendo assim a sua posição de afirmação como um dos principais players no setor dos vinhos em Portugal.
THEODOR WIESE
Theodor Wiese nasceu em 2 de Setembro de 1841 em Bergen. Estudou comércio no Andersonske Handelsinstitut e, com 17 anos de idade, iniciou a sua carreira profissional na sua cidade natal. Depois de ter passado por Memel e por Bilbao (Espanha) – onde trabalhou para Gerardo Mowinchel & Co., firma que terá tido contactos comerciais na cidade de Bergen e onde Wiese ganhou uma vasta experiência de comércio internacional – veio para o Porto (Portugal).
Neste país dedicou-se à importação de peixe vindo da Noruega, especialmente bacalhau. Depois chamou o seu primo Krohn e ambos fundaram a sua própria companhia de Vinhos do Porto. Em 1875 deixou Portugal e cinco anos depois vendeu a sua quota a Krohn. Contudo, continuou a trabalhar na Noruega para a sua ex-firma como agente comercial, e devido à sua actividade as vendas conheceram um enorme desenvolvimento.
Em 1887 foi designado vice-cônsul do Brasil em Christiania. A 2 de Janeiro de 1896 faleceu na mesma cidade.
DANKERT KROHN
Dankert Krohn nasceu em Forde, no dia 28 de Julho de 1842, como um dos onze filhos de uma abastada e bem conhecida família norueguesa. A sua decisão de vir para o Porto (Portugal) foi tomada por sugestão de seu primo Wiese, que com ele pretendia arrancar com um negócio de Vinhos do Porto. De facto, a empresa foi fundada em 1865, mas em 1880 Krohn adquiriu a quota de seu primo e tornou-se proprietário único até falecer em Junho de 1906.
Dankert Krohn assumiu a nacionalidade portuguesa, tal como a sua família, após ter sofrido a decepção de as autoridades da sua pátria não o terem escolhido para cônsul no Porto da Noruega. Mais tarde viria a ser nomeado cônsul da Dinamarca nesta cidade.